Em tempos de vaidade exagerada é difícil falar em humildade. É comum usarmos o termo humilde para caracterizar alguém de baixo poder aquisitivo, mas será que está correto?
Recorri a dicionário e encontrei – “humildade: virtude caracterizada pela consciência das próprias limitações; modéstia, simplicidade”. O que mais me chamou atenção foi a palavra “virtude”, pois acho que nos esquecemos que ser humilde é virtude. Esquecemos que ser humilde não nos faz menores ou piores, pelo contrário, Mahatma Gandhi disse que “o dinheiro faz homens ricos, o conhecimento faz homens sábios e a humildade faz grandes homens”.
Concordo com ele. Ser humilde nada ter a ver com o dinheiro, com estudos, com conhecimento. Ser humilde é compreender que aqui na Terra somos muitos, cheios de defeitos e limitações, ninguém melhor ou pior que ninguém. Somos peças únicas e dependemos uns dos outros para sanar nossas deficiências com as virtudes do outro.
Gosto de comparar humildade com a sensação que uma noite limpa me dá. Sabe aquelas noites que você para e se pega admirando a lua? Nessas noites eu sempre tomo consciência de que estamos todos sob o mesmo céu, me sinto conectada com o universo e tenho a dimensão de como sou pequena nessa imensidão.
Aquela visão que estou tendo não é um privilégio meu. Noites nubladas virão, mas estaremos sempre sob o mesmo céu. Ser humilde é isso. É compreender como somos pequenos e usarmos disso para sermos grandes.
Sei que é difícil falar disso onde muitos se acham melhores que os outros, onde expor suas limitações tornou-se um problema. Crescemos ouvindo que devemos ser os melhores em tudo, e quando tomamos contato com o poder da humildade é que entendemos que na verdade devemos ser o melhor de nós mesmos a cada dia.